E a gente se desespera
Num escuro muito claro:
Não há fuga!
Hoje não tem padaria nem sorveteiro
Sofrimento o dia inteiro
Que a pior prisão é aquela
Dá impotência sendo maior que a liberdade
Meu choro é verdade
Discursos já nem me comovem
Perdi os abraços que me envolviam
Abdiquei das cenas que me construíam
Foco sempre centrado
Concentrado
Lente convexa
Perplexa
E um mundo todo a se esvair
Nem lento nem rápido
Na velocidade que se deixa ir
Mas tem sempre muito mais
Pra perder, pra se perder
Tem sempre muita poça pra se afogar
Tem sempre um amor novo pra se amar
E arrepender
Tem sempre um ciclo pra se fechar
E um copo pra esvaziar
Meu governo é desgoverno
Desgovernado
Amigo de desgraça
Companheiro de arruaça
Desce logo outra
Em outro corpo
Em outro copo
Cachaça, mordaça
Residentes dá madrugada
As curvas lapidadas
E as saudades se somam
Traçando reais ilusões
Carrossel unicórnio
Carrossel
Solidão chapada
Solidão
Inalcançável clube
Inalcançável
Finda Dinda
Finda tristeza
Finda
Eduardo Bueno
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