Queria saber por que sinto tanta saudade
As vezes nem quero mais saber
Que o próprio querer faz a saudade
Queria entender por que lembro de certas coisas
Coisas que via de canto de olho, sem atenção
O cuidado com suas pernas
A cara de nojinho
O sorriso faceiro
Os olhos tristes que acompanhavam as mãos que me vinham fazer cócegas quando eu próprio ficava triste
Não quero entender nada
Por que tentar entender é reviver
E reviver tem me deixado sem fôlego
Fico feito a fumaça que tu fez um dia sobre a mesa de vidro enquanto uma refeição qualquer esfriava
Fico feito seu choro contido na noite que inventei um abajur pra afastar minha insegurança
Sei nem porque escrevo
Sei nem se alguém lê
Mas no final, escrever é como fazer um depósito
Guardamos num lugar seguro o que nos é precioso, mesmo que doa se afastar
E assim não precisamos mais olhar
Eduardo Bueno
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