Quem sou eu

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Me descubro a cada dia, me transformo a cada novo passo e a qualquer momento ao dobrar uma esquina. É impossível ser descrito de maneira estável. Conheça-me através das postagens e algo mais.

7 de jul. de 2017

Ta tarde

Ouvi dizer, que não seria assim
Traduzi o mundo pra dentro de mim
Escorei o que desbarrancava com vários 'tentares'
Troquei meu sol pelos luares
E mesmo assim me vi ainda parado
Logo quando anseio por tantos lugares
Tudo que há no mundo me custa
E essa corrida as vezes nem mais parece justa
Peguei em placas contra projéteis
Contra desinformação usei projetores
E pra curar a mim próprio
Vivi no barro
Vivi na mata
Me assentei
Me pintei
Fui índio dentro de lagoa
Fui suco numa selva cheia de concreto e saudade
Corri
Com medo das gaiolas
Pra me engaiolar
Nem cabe mais o "faz de mim"
Tudo já se tornou "faço eu"
E fazendo me desfaço
As vezes sou tanto, que de tanto me espalhar não me acho
Não me toco
Não me vejo
As vezes nem sou, e não sendo não me vejo
Não me toco
Não me acho
Corro agalopado
À construir o que não me vale
Quando o que me vale não se constrói
E segue galo campeiro
Cavalo tropeiro
Boiadeiro cansado
Com saudade do mato, do grosso, do sul
Fechando os olhos pra respirar o trote do gado
Afinando os ouvidos pra sentir o gosto da terra vermelha que descola do mourão
Queremos pra nós ?
Queremos pelos outros?
Queremos outros que nos motivem?
Já me-fiz-me-feito
Bruto e rude
Lamentável
Sensível e pra sempre
Admirável


Eduardo Bueno

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