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Me descubro a cada dia, me transformo a cada novo passo e a qualquer momento ao dobrar uma esquina. É impossível ser descrito de maneira estável. Conheça-me através das postagens e algo mais.

3 de abr. de 2023

Conto Cotidiano: um austero delírio.

Retirei-me de lá já que não cabia. Enorme as medidas, capazes de alçar outra rampa dos 3 poderes em plena floresta amazônica. Se insistisse muito, lá ficava. Mas é quase como oco; vê-se pouco e mal, há um escuro que tudo preenche; ali e acolá, nesga fugaz de luz, talvez a que entra quando bebe água; e ainda a outra, a de quando move-se depressa os cotovelos.
Parecia tão vasto e potente, mas como que grande demais, imensurável, de modo que se ali me sustentasse, veria apenas o desencadeamento das cenas, como um documentário breve e explosivo da realidade dos 30.
Daqui não se vê realmente muita coisa. Prateleira velha quase vazia, amontoados de papelão  e antigas tecnologias. Quem se importava aqui era o gato, que vez ou outra miava um mio mudado, mais longo e agudo, lembrando um silvo ou lamento, ainda que comedido e afável. Via ali a luta contra o medo, diante de mudada toda existência.
Me coube ali.

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