Ah,
Se tu soubesse
Que quando eu passo
O mundo inteirinho perde a graça
Faço troça
Viro traça
Saudades da tua vidraça
Pra eu quebrar milhões de vezes
Sentir teu carinho
Na forma de um tapa
Com cheiro de mata
Saudade da tua bunda
Cheiro do teu suor
Da saliva escorrendo pelo corpo
Fica em paz
Que em paz eu nunca estou
O conflito nasce primeiro em mim
E quando não nasce se reconhece
Na minha troça
Na querência da roça
E quando a prosa vem é só carência
Que acabou a querência
Quero ver quando a gente se ver
O estrago
O engasgo
O desapego que eu pratico
Todo feito louça fina, no jeito de quebrar
Quero ver o teu sorriso
E desviar do teu olhar
Quero álcool e xota que chegue
Preu esquecer da responsabilidade
De construir um mundo inteiro
E partir carregando ainda teu cheiro
Cada picada de angústia
É uma prestação do que devo
A ti
A ela
A elas
A eles
Ao mundo
E a mim
Eduardo Bueno
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